Dorme, criança

Como ferro frio que destrói assombrações
o mundo teima em ceifar-me as aspirações
Se para viver neste mundo sou incapaz,
certamente é porque o onírico me satisfaz

Uma hora a menos para cansar-me e matar;
um punhado de meses a mais de vida voraz.
O sol nasce e me destrói, suga-me todo ar
como fogo que consome a floresta mais tenaz.

Torso em riste, punhos cerrados, cabeça vazia:
Querem todos que eu realmente desista de sonhar!
A cama à noite e horas para gastar durante o dia.

Desejava mesmo te fazer dormir e  flutuar.
Irrigar-te com um pouco de luz, como fazia
o sol ao se pôr para acender o belo luar.

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