Imediatismo cruel.

Buenas, pessoas que nos lêem. Venho aqui fazer uma crítica a nós e à nossa sociedade, motivado por alguma reflexão pessoal e pela morte do goleiro alemão Robert Enke, de 32 anos.

Apesar de ter uma carreira bem sucedida, tendo passado por grandes clubes, como o Barcelona, e pela seleção alemã, Robert sofria de depressão e tinha medo de fracassar em sua profissão. O resultado: Terça-feira passada Enke pôs um fim na sua vida, jogando-se em uma linha de trem.

Isso me fez pensar, sabem? A que ponto a nossa vida nos leva? Nosso medo de "falhar", nossa vontade de vencer, o desejo que a sociedade tem de extrair cada mísera gota do nosso suor? Levou o goleiro Enke à morte, mas certamente ele não foi o único. A depressão é uma das doenças que mais afeta as pessoas da nossa época. E como poderia não ser assim? Os valores tornam-se cada vez mais temporários e flexíveis, visando o lucro e a exploração. As relações ficam cada vez mais impessoais e distantes, e embora nós estejamos cercados por mais de 6 bilhões de pessoas, nos encontramos quase sempre sozinhos ao fim do dia.

Acho que vale a pena dar um tempo para prestar atenção na vida e nas suas nuances. Procurar a felicidade que está em algum lugar dentro da gente, mantida prisioneira por uma vida de preocupações e obrigações. Ouvir os pássaros cantando ou uma boa música, ler um bom livro, perder alguns minutos observando o pôr-do-sol ou uma obra de arte. Quantas vezes fazemos isso por semana?

Qual o propósito de viver só e amargurado, embora cheio de dinheiro? A falta de questionamento sobre como as coisas são estão nos levando a um inexorável abismo de angústia e depressão, mesmo que tudo pareça brilhante e vivo na superfície. Eu prego aqui que nós devemos nos reaproximar do ser humano. Nos aproximar do ato de SER humano, e não uma máquina de produção/consumo, e nos reaproximar das pessoas sem os preconceitos construídos por séculos de intolerância e etnocentrismo. Falamos tanto em globalização... Acho que já está na hora de praticarmos a universalização da aceitação do diferente. É hora de contrariar a tendência mundial que está sendo atraída para a extrema direita e para o vil conservadorismo, novamente. Isso lembra a vocês de alguma coisa?

Bom, era isso. Bom domingo a todos e aquele abraço.

4 comentários:

    É, some a isso no caso especifico do Enke a perda de uma filha ainda jovem.

    E tem mais, a fama parece cobrar um preço duro. Nem todos estão preparados para estarem constantemente sob holofotes.

     

    E viva a ditadura!!!
    Quando foi que nos convenceram de que estávamos livres?!?!
    E o pior! Por que aceitamos de braços cruzados tudo o que tentam nos enfiar goela abaixo??
    Acabo de assistir o filme "Mamma Mia", nada a ver com o assunto, mas adoro as músicas desse filme... Muitas delas falam da liberdade de se viver como quiser e aproveitar a vida ao máximo, e ai está! Viva o "Flower Power"!! Paz e amor! Tenho certeza que pouquíssimos hippies tinham depressão!
    As novas gerações adotaram a idéia de viverem cada vez mais isolados e terem cada vez mais... Mas o computador não substitui uma boa conversa entre amigos... O vídeo game não substitui uma boa caminhada no parque... (mesmo que hoje em dia os fabricantes de consoles tentem de todas as formas!) E é isso que ninguém entende...
    Deveria haver alguma forma de abrir os olhos de todos e mostrar que a vida não é o que se vive hoje, sempre pensando no que se vai comprar, no que se vai consumir... A vida deve ser vivida! Como diz o Vacão, observar uma obra de arte, sentir o calor do sol no rosto, dar uma boa gargalhada entre amigos, isso sim é viver! E é assim que deveria ser... Aproveitar as pequenas demonstrações que temos de o quanto a vida é cheia de pequenas dádivas e de o quanto é fugaz!

     

    Aproveitando o comentário acima, desde quando nos convenceram de que somos livre, é que somos mais prisioneiros. Da sociedade, do nosso medo, das nossas frustrações.
    Não há nada que substitua o abraço da tua mãe, a conversa com o teu amigo. Mas não, nós estamos sendo convencidos de que podemos viver bem e sozinhos, nós nos esquecemos que vivemos numa sociedade autárquica e que da mesma forma que eu preciso que alguém plante algodão para eu vestir roupas, também preciso do ser humano para ser meu companheiro.
    É triste ver como tantas vidas acabam por causa do grande mal do século, é triste ver como todos nós somos calados e que não lutamos mais por nada, a não ser o suado dinheirinho que alimenta esse mundo capitalista e só nos torna mais frágeis e dependentes do sistema.
    Quando eu penso no apagão que teve esses dias, eu só penso o quanto pequenos e fracos nos tornamos.
    Que nada mais é o bastante, que o que importa de verdade foi massacrado e posto de lado, dando abertura as fábricas, os computadores e a solidão.

     

    Acho que cheguei a comentar com você sobre a matéria na Época, falando do crescimento de suicidios em grandes empresas internacionamelmente "famosas".

    Citaram a France Telocon como exemplo, vou tentar achar para te mostrar.

    Isso só esfrega na cara do mundo o quão desesperador está viver sobre as pressões cada vez mais crescente em cima das pessoas. Chegando ao ponto tão desesperador que tirar a própria vida é mais viável do que continuar a suportar.

    Lamentável que estejamos mesmo caminhando para esse tipo de coisa.

     

Blogger Templates by Blog Forum