Festa na floresta

Inúmeras brancas explosões
perpetuadas por tolos bisões
Espalham-se pelo mundo afora
a cada minuto, até mesmo agora

Esquálidas gralhas berram
contorcendo-se em ávida fome
Ao passo em que uns mamam
aos outros, tudo some

Os pobres ratos vivem nas fezes
E os galos só tomam banho às vezes
Quando chove muito
Ou em outro acaso fortuito

Mataram o moribundo guaxinim
que ciscava no lixo alheio
No mesmo lugar, ceava o mastim
Sem preocupação ou anseio

E os cálices ao léu
reinam em qualquer bordel
Enquanto os passarinhos
ficam mudos, tão tristinhos

Mas deixe estar, deixe estar
Nessa época de ímpar bacanal
Tristeza é mais rara que o ar
Afinal, todos celebram o carnaval

3 comentários:

    Hum, acho que algumas palavras deveriam ser substituídas, mas a essência, esta boa...

     

    Massa!!!

    Gostei do ar de crítica a nossa sociedade podre que não para de pensar cada vez mais em si, enquanto os outros morrem a mingua!
    Ao menos eu entendi assim!

    E não digam nada!
    Assim é a poesia!

    auhuhAHUhua

     

    Reafirmo que você está escrevendo muito bem em português.

     

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